sexta-feira, 3 de junho de 2011

Projeto mata fome de famílias

Tchello Figueiredo
 
Toda semana, 180 famílias buscam sacolões de hortaliças, frutas e verduras que seriam desperdiçadas
 
Duas vezes por semana, 180 famílias e 86 entidades recebem sacolões contendo hortaliças, frutas e verduras completamente de graça em uma rede de solidariedade comandada pelo Banco de Alimentos de Cuiabá, localizado no Porto. Um total mensal que varia entre as 12 e as 15 toneladas de comida distribuídas inteiramente de graça.

“Dividimos as pessoas em turnos, porque atendemos também muitas pessoas que não estão cadastradas como família mas precisam do alimento. Por isso, arrecadamos tudo nas segundas e quartas-feiras junto aos terminais de abastecimento [feiras livres] e empresários. Nos dias seguintes, montamos os sacolões e distribuímos”, explica o gerente do Banco, José Butakka Filho.

Ele conta que a instituição tem como buscar e fazer a distribuição de secos e molhados, além dos vegetais, mas a barreira é a falta de consciência dos empresários. “Há coisas que estão fora do padrão para venda, mas não para o consumo. Temos como reaproveitar e o empresário não teria custo algum, porque nós mesmos cuidamos da coleta e do transporte”.
Com o que tem feito até agora, já conseguiu dar um pouco de alívio financeiro para gente como o senhor Francisco Oliveira Sobrinho, 52 anos, desempregado há 12. A cada 15 dias, Sobrinho caminha do bairro Goiabeiras até o Porto pegar um sacolão. Economiza pelo menos R$ 50 a cada visita. “Para nós que precisamos, é bom demais isso aqui. O que vier de fruta ou verdura, nós enchemos o carrinho”, brinca.

A felicidade dele é compartilhada pela pensionista Perlita Souza, 55 anos, moradora do bairro Castelo Branco. Ela conta que as visitas ao Banco de Alimentos ajudou a reforçar a qualidade das refeições em casa. “Economizo bastante e uso o dinheiro para comprar carne. O serviço nos ajuda muito, porque os preços dos alimentos é muito alto para nós”, expõe.
Um dinheiro extra bastante bem-vindo, explica o aposentado Sebastião Gonçalves, 79 anos, pois ajuda em gastos urgentes, como a compra dos remédios a que a idade obriga. “Com o que poupo, compro arroz, feijão, óleo e os remédios, porque o mais caro da compra é a verdura e a fruta. Carne, eu como pouco mesmo”. Para ele, razão mais do que suficiente para, a cada 15 dias, cruzar a cidade (ele mora no bairro 1º de Março) de ônibus, sempre nas manhãs de sexta-feira.


FONTE: http://www.folhadoestado.com.br/0,,Folha5873

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