sábado, 30 de abril de 2011

Por que as instituições sociais têm tanta dificuldade em captar recursos das empresas?

Tenho certeza que a maioria (se não todas) as pessoas que trabalham em instituições sociais vão comentar o título dizendo: captar recurso privado nunca foi fácil. A crise só piorou. Concordo. Em partes. Ao contrário de países como os Estados Unidos, por exemplo, o Brasil não tem cultura de filantropia. Lá, pessoas físicas e jurídicas doam para causas que acreditam ou querem retribuir de alguma forma um benefício obtido no passado. Aqui é bem diferente.

Sim, temos a barreira cultural. Sim, a crise agravou a situação. Inclusive há pouco tempo tive acesso a uma a pesquisa sobre o impacto da crise no setor social e os números não são muito animadores: para 66% dos entrevistados, o número de doadores PJ caiu. Para 71,5% o volume da doação caiu. Ou seja, o que era difícil, ficou ainda mais complicado.

No entanto, já antes da crise, as empresas faziam uma movimentação que não sei até que ponto foi percebida pelas instituições sociais: o da criação de seus próprios institutos / fundações e a criação do ISE (investimento social estratégico). Hoje as empresas não querem fazer filantropia, mas sim investir em ações alinhadas ao seu negócio, além de ter controle sobre como o dinheiro é aplicado nos projetos sociais. E mais do que isso: também querem resultados concretos.

Já foi época em que as instituições conseguiam captar, principalmente no exterior, sem apresentar resultados mensuráveis, ou sem precisar prestar contas. Atualmente, além de o dinheiro estar mais escasso, quando uma empresa faz uma doação via ISE, ela quer também quer saber se o projeto é compatível com seus valores e com o planejamento estratégico da área de sustentabilidade. É aí que vemos a maior dificuldade de se captar dinheiro.

Ainda que os projetos sejam de altíssima qualidade, muitas (muitas mesmo) ONGs insistem em não focar em quem realmente pode ser doador. Repito: as empresas estão cada vez mais reticentes para a filantropia. Se o ISE é disponibilizado para educação tecnológica já que, por exemplo, esse é um ponto nevrálgico dá área de recrutamento e seleção da empresa, não adianta apresentar um projeto de escolinha de futebol na favela porque não vai conseguir nada.

Tem uma frente acadêmica, inclusive, que não lida com a sustentabilidade na prática, mas critica muito o fato das empresas exigirem uma contrapartida para o investimento social (e também ambiental). Mas pensemos: o que é sustentabilidade corporativa? É um processo de negócio alinhado ao planejamento estratégico, que busca maximizar o lucro sem comprometer (ou mitigando os impactos) o meio ambiente e a sociedade. Se tem a ver com o lucro, é investimento, portanto, longe de ser filantropia. E aí eu pergunto: qual o problema de ser assim?

A questão é: há muito tempo as instituições sociais falam de profissionalização, de busca pela autossustentabilidade, de gestão mais austera. No entanto, a maioria não vai além do discurso. Só que está na hora de começar a agir, pois a crise forte (principalmente se considerarmos as doações do exterior) e as mudanças no investimento social das empresas não permitem mais amadorismo. Além disso, se adaptar aos novos tempos pode ser, em muitos casos, a questão de continuar existindo. Ou não.


Read more: http://www.sustentabilidadecorporativa.com/2009/09/por-que-as-instituicoes-estao-com-tanta.html#ixzz1Kz3hHOiH
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

Engenheiros do Hawai - Dom Quixote


.
"Um prazer cada vez mais raro
aerodinâmica num tanque de guerra,
vaidades que a terra um dia há de comer.
"Ás" de Espadas fora do baralho
grandes negócios, pequeno empresário.

Muito prazer me chamam de otário
por amor às causas perdidas."
.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Quais os registros públicos necessários para se constituir uma ONG?




Para constituir uma associação ou uma fundação (formato jurídico de uma ONG), são necessários quatro registros obrigatórios, nos três níveis de governo - federal, estadual e municipal –, que exigem muitos requisitos e procedimentos legais, que são sistematicamente verificados pelas instâncias administrativas responsáveis. São eles:

Ø       Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas
Toda associação ou fundação, para iniciar suas atividades, deve registrar-se no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, que é o órgão público competente para tal registro, segundo a Lei 6015/73 (Lei de Registros Públicos). Os cartórios são regulados de acordo com as Leis estaduais de Organização Administrativa e Judiciária e também com base nas Resoluções sobre a Divisão e Organização Judiciária dos Estados.

O estatuto social e demais atos constitutivos a serem registrados devem obedecer o disposto no Código Civil e na Lei 6015/73. No caso do registro de uma fundação, faz-se necessária a aprovação prévia do estatuto social pelo Ministério Público Estadual (ou Federal, conforme o caso). Se o instituidor da fundação ou a pessoa por ele nomeada não elaborar o Estatuto no prazo de seis meses (ou outro que lhe tenha sido concedido), ficará a cargo do Ministério Público elaborá-lo e submetê-lo a aprovação judicial.

Ø       Receita Federal
Para ter movimentação financeira, toda associação deve se inscrever no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) junto à Receita Federal. Somente a partir desse momento poderá abrir conta bancária e receber recursos.

Ø       Prefeitura
O espaço físico a ser utilizado como sede da associação também precisa ser regularizado perante a Prefeitura Municipal. Para obter o Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM) e o Alvará de Localização e Funcionamento, a organização deve apresentar o Estatuto Social e a Ata da Assembléia de Constituição, devidamente registrados em cartório, juntamente com o documento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) do local onde funcionará a organização. O citado Alvará deverá ser atualizado periodicamente.

Ø       Ministério do trabalho
Quanto à regularização trabalhista, a organização, mesmo que não tenha empregados/as, deve apresentar documentos e informações anuais (Relação Anual de Informações Sociais – Rais e Guia do Fundo de Garantia e Informações à Previdência - GFIP). Além disso, se quiser contratar empregados/as, deverá (entre outras coisas) registrar-se no Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS).

Existem outros registros públicos?

Dependendo da área e forma de atuação da entidade, existem inúmeros registros, títulos e qualificações obrigatórias e/ou facultativas junto ao poder público, tais como:

- Registro no Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS);
- Registro no Conselho Nacional da Assistência Social (CNAS);
- Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Ceas);
- Utilidade Pública Federal;
- Utilidade Pública Estadual e Municipal;
- Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip);
- Cadastro Nacional de Entidades Ambientalista (CNEA).

Para se registrar nesses órgãos públicos ou obter determinado título ou qualificação concedida pelo poder público, a organização deve cumprir determinados requisitos e apresentar uma série de documentos, tais como: relatório de atividades; balanço contábil e patrimonial; atestado de autoridade local (prefeito/a, juiz/a de direito, promotor/a de justiça) de que a organização esteve e está em contínuo funcionamento nos últimos três anos, com exata observância dos princípios estatutários; qualificação completa dos membros da diretoria e atestado de idoneidade moral, etc.

Depois de criada, quais as obrigações anuais das ONGs junto a órgãos públicos?
Toda associação ou fundação, anualmente, deve obrigatoriamente prestar informações a diversos órgãos públicos, a saber:

- Declaração de Informações da Pessoa Jurídica (DIPJ) que deve ser prestada à Receita Federal, contendo o balanço contábil e patrimonial anual da organização, assim como as fontes de recursos recebidos, em categorias como: contribuições associativas; venda de bens e prestação de serviços; rendimentos de aplicações financeiras; doações e subvenções.
- Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que deve ser entregue ao Ministério do Trabalho com informações e o perfil de cada empregado/a;
- Qualquer alteração estatutária ou eleição de novos/as dirigentes deve ser obrigatoriamente informada ao Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, inclusive com a qualificação completa dos/as dirigentes e representantes legais.

Além desses procedimentos obrigatórios, para as organizações que possuem alguns dos títulos, registros e qualificações já mencionadas, existem outras informações obrigatórias que devem ser prestadas ao poder público, tais como: relatório anual de atividades; atualização dos dados cadastrais; publicação do balanço contábil e patrimonial etc.

As fundações, além de cumprirem todas as obrigações citadas acima, são “fiscalizadas” pelo Ministério Público, que tem a competência de zelar pelo patrimônio e por suas finalidades públicas, devido à previsão legal expressa estabelecida no Código Civil.



FONTE: www.abong.org.br/ 
.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Acreditar!


.
“Quando iniciamos a ACREDITAR, antigo Fundo Rotativo sonhávamos em construir uma organização que pudesse oportunizar créditos aos verdadeiros empreendedores, pessoas que tinham boas idéias e grandes projetos, mas não tinham acesso a crédito digno, justo e compatível com sua realidade social e financeira. No início o objetivo era atender apenas jovens que tivessem ligação direta ou indireta com SERTA - Serviço de Tecnologia Alternativa. Atualmente, após oito anos de trabalho conseguimos atingir a diversos grupos de empreendedores.
Considero desafiador desenvolver uma proposta de microcrédito para os jovens de baixa renda iniciarem seu próprio negócio. No entanto, é imprescindível concedê-los essa oportunidade. É isso que fazemos, e os resultados desse trabalho é o que nos motiva e nos dá inspiração para continuarmos acreditando nas pessoas.”
Lilian Prado (Gerente Executiva/ Co-Fundadora)
.
Fonte: http://acreditar.ning.com/

DOAR PLAQUETAS PODE SALVAR VIDAS

Tão fácil quanto doar sangue, mas desconhecido por grande parte da população a doação de plaquetas é importante para casos de sangramento excessivo 
 
O processo de doação de sangue é bastante conhecido pela sociedade. Entretanto, muitos não sabem que também é possível doar apenas plaquetas. Estas são fragmentos de células presentes no sangue e responsáveis pela coagulação, evitando assim uma hemorragia no organismo. O sistema sanguíneo contém uma grande quantidade de plaquetas, portanto, a doação não é prejudicial, principalmente porque são recompostas rapidamente pelo organismo. A coleta é realizada por aférese (o sangue do doador é retirado de uma veia do braço passando por um equipamento que retém parte das plaquetas e devolve o restante do sangue e suas células à veia do outro braço). O procedimento é realizado em 90 minutos, aproximadamente. A transfusão de plaquetas é muito importante para os pacientes que sangram excessivamente por causa de leucemias, aplasia de medula óssea, quimioterapia, radioterapia, etc. Essas pessoas apresentam um sangramento sério por não produzirem plaquetas suficientes devido aos tipos de medicamentos e debilidade do organismo. Aqueles que receberam o transplante de medula óssea, por exemplo, necessitam de muitas transfusões. Doar plaquetas, assim como doar sangue é um ato voluntário de solidariedade e de responsabilidade social. Se cada cidadão com boas condições de saúde tomasse a decisão de se tornar doador, os hemocentros não passariam por nenhuma dificuldade. 

É possível esclarecer qualquer tipo de dúvida acessando os seguintes sites: 
www.santacasasp.org.br; 
www.prosangue.sp.gov.br; 
www.abrale.org.br; 
www.oncopediatria.org.br.

Por: Redação Bonde – Folha de Londrina – 17/02/2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

28 de abril - Corrente do Bem


.

A Corrente do Bem é um movimento com a proposta de conscientizar as pessoas de que boas ações se fazem no dia a dia. Pode ser no quintal de casa, entre amigos, para desconhecidos que cruzam o seu caminho, no trabalho, na escola, na hora do almoço e até pela internet; é só fazer. São ações simples, que podem ser divertidas e rápidas: um carinho, uma gentileza de maior ou menor impacto na vida de uma pessoa.

O importante é perceber as pessoas ao nosso redor e, através de um gesto, fazer com que elas também reconheçam a existência do outro, gerando um fator multiplicador desse sentimento. É a sabedoria de entender que se buscamos a felicidade e o bem-estar social, temos que caminhar juntos. Meu índice de felicidade reduz quando o mundo a minha volta não está bem.

“Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.”
Gabriel, o Pensador
E como vamos fazer isso?

A Corrente do Bem, no Brasil, começará com a nossa participação no Dia Mundial da Boa Ação (em inglês, Pay It Forward Day), evento anual que acontece em 30 países simultaneamente. É um dia marcado para fazer boas ações em larga escala, difundindo essa ideia e que sempre ocorre na última quinta-feira de abril.

A proposta é inspirada no filme e no livro de mesmo nome, no qual o protagonista ensina que se você fizer boas ações para três pessoas e essas replicarem para outras três, é possível gerar um grande impacto de acordo com uma escala matemática básica.

E o melhor é que qualquer boa ação é bem-vinda. Vale pagar o ticket de metrô para a próxima pessoa da fila, dar o guarda-chuva que está no porta-malas do carro para quem está no ponto de ônibus tomando chuva, ligar para um casal de amigos e oferecer para cuidar do filho pequeno deles por uma noite, fazer uma vaquinha para a creche do seu bairro, organizar uma festa para arrecadar fundos etc. Temos várias ideias no nosso sugestões e adoraríamos

conhecer as suas.

Por aqui, você também encontra cartões para imprimir e distribuir após cada boa ação, mantendo a ideia de replicar o que estamos fazendo.
Por que passar essa ideia adiante?

1 – Porque é simples e fácil

2 – Porque girar a roda das boas ações é importante

3 – Porque é sempre gostoso causar um sorriso em alguém
Uma mensagem de Blake Beattie (fundador do dia Corrente do Bem internacional)

A Corrente do Bem nasceu de uma ideia da autora Catherine Ryan Hyde, em seu livro chamado Pay it Forward. Algumas pessoas diziam que apenas a teoria é boa, mas nunca funcionaria na prática. Assim, desafiei esse ponto de vista acreditando que as pessoas são boas por natureza, mas não percebem esse fato e acabam não saindo de suas zonas de conforto. Por isso, no dia 28 de abril podemos nos dedicar à experiência de ajudar o próximo em larga escala e ver o bem se espalhar por essa grande corrente, conscientizando as pessoas da importância de reconhecer o valor do outro em nossas vidas.
Uma mensagem de Catherine Ryan Hyde (autora do livro Pay it Forward )

O dia Corrente do Bem é uma brilhante iniciativa. Ela abraça o que digo no livro, fala do poder da ajuda. É maravilhoso como uma simples ideia pode mudar o mundo – uma boa ação por vez. Espero que todos possam se juntar ao Blake no dia 28 de abril e passar essa ideia adiante.

Catherine Ryan Hyde – autora do livro Pay it Forward day e outros 10 romances, incluindo sua última obra “Chasing Windmills.”


Fonte: http://www.acorrentedobem.org/
.

CESE lança chamada de projetos para Infância e Juventude

As propostas podem ser enviadas entre 15 de abril e 15 de maio

 

A CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço abre nesta sexta-feira, dia 15 de abril, o edital Mobilizando Recursos Locais. Trata-se de uma chamada para recebimento de projetos que tenham como objetivo beneficiar direta ou indiretamente jovens, adolescentes ou crianças de qualquer região do país.

O Edital faz parte do programa CESE Ação para Crianças, que existe desde 2007. Ao total já foram beneficiados mais de 20 mil crianças e adolescentes, totalizando cerca de R$ 425 mil enviados aos projetos aprovados.  Em 2011 o foco da seleção será projetos cujos resultados incidam na melhoria de qualidade de vida de jovens, crianças e adolescentes mais vulneráveis, especialmente iniciativas voltadas para combate à violência, geração de renda, preservação ambiental, educação, cultura, lazer, saúde, segurança alimentar e nutricional, acesso à água, habitação e meio ambiente.
 
Para se inscrever a instituição ou grupo de voluntários além de ter um projeto social deve propor uma mobilização junto à comunidade para a arrecadação de verbas para a execução do projeto, como bingos beneficentes, rifas, bazares, jantares etc. A proposta da CESE é dobrar os recursos levantados nesta mobilização, sendo R$ 8 mil o valor máximo de cada projeto (R$ 4 mil do grupo e R$ 4 mil da CESE).
 
Este apoio com Dupla Participação visa estimular a solidariedade e as iniciativas de auto-sustentação das organizações populares através da mobilização de recursos locais. As ações apoiadas nesta Chamada receberão orientações da CESE para a realização das ações de mobilização, bem como para a execução do projeto.
 
 
 
.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Entrevista sobre o programa social Doutores Cidadãos, do Canto Cidadão

 
1 - Qual a receptividade dos hospitais com o trabalho que vocês oferecem e desenvolvem?

CC- Atualmente a receptividade é bastante boa, com poucos casos de ocorrências negativas. No início do trabalho há quase 10 anos enfrentamos algumas dificuldades em função da característica que nos propusemos, ou seja, um foco nos pacientes adultos e idosos, assim como nos profissionais da saúde. Mas com o passar do tempo, os hospitais perceberam que havia espaço para trabalharmos com visitas animadas feitas por voluntários palhaços junto ao público que escolhemos. Creio que a percepção que o hospital tem de que o voluntário do Canto Cidadão está preparado (em função do tratamento) ajuda bastante na boa receptividade. Para você ter uma ideia, existem vários hospitais que estão aguardando a formação de mais voluntários para receber as atividades, o que demonstra que há um interesse crescente por esse tipo de iniciativa. 

2 - Quais são as principais dificuldades que vocês encontram para esse trabalho? 
CC- As principais dificuldades estão relacionadas à regularidade das visitas dos voluntários. Enfrentamos regularmente as chegadas e partidas de voluntários, uma vez que situações muito diversas podem ocorrer na vida deles que os fazem se afastar temporária ou definitivamente. Alguns exemplos: mudança de cidade; mudança de emprego e acréscimo súbito de responsabilidades; nascimento de filho; doença séria na família; momento de fragilidade emocional; além desses motivos, ainda existem aqueles voluntários que chegam à conclusão de que preferem investir seu tempo em outras ações sociais, pois sentem que já entregaram o que podiam e queriam com o nosso programa social.
Em termos de recursos financeiros a organização consegue se manter sem patrocínios externos porque trabalha com uma estrutura enxuta e também investe na auto sustentabilidade. Fazemos isso por meio da prestação de serviços para empresas, especialmente palestras, oficinas e assessorias para implementação do trabalho voluntário junto aos funcionários das empresas.
Como eu disse na resposta anterior, os hospitais não oferecem duras resistências ao trabalho. Na maioria absoluta dos casos temos uma relação saudável e parceira com os hospitais e seu corpo de profissionais. Voltando ao primeiro parágrafo da resposta, o que gera mal estar com o hospital é quando o voluntário não cumpre com o que se comprometeu, pois gera uma frustração em todos os envolvidos. Portanto, nosso maior desafio é manter a regularidade dos voluntários, oferecendo-lhe treinamento e apoio (inclusive emocional) no máximo que conseguimos.

3 - Como vocês envolvem o publico geral?
CC- O envolvimento se dá pela boa e velha aproximação respeitosa. Como atendemos adultos e idosos preferencialmente, os voluntários possuem algumas atitudes que conquistam a permissão de se aproximar de todos os públicos que você apontou. Antes de querer fazer shows em hospitais, queremos fazer amigos. Os principais instrumentos são a conversa interessada, bons ouvidos e respeito profundo ao paciente, acompanhante e profissionais. De uma forma carinhosa, respeitosa, interessada e alegre, os voluntários temperam com bom senso o momento da aproximação. Com os profissionais, sempre buscamos interagir no momento da chegada ao andar, por exemplo. Além de buscar "colorir" o momento com eles, também pedimos indicações de pacientes que estejam mais precisando. Isso gera um respeito mútuo, um sentimento de pertencimento à equipe. Com os acompanhantes e pacientes funciona de forma parecida, pois chegamos com jeito, buscando conhecer as pessoas que ali estão, apresentando o motivo de nossa visita, puxando assuntos que podem construir um clima legal. E depois pratica a escuta interessada e o papo alegre, que envolve a todos quanto feito com sinceridade e respeito.Não nos valemos muito de esquetes prontas, shows, aparatos e outras ferramentas. Vez por outra até os utilizamos, mas o principal é aproximar e envolver pelo bom papo, que acaba se tornando uma declaração de interesse pelo bem estar do outro.


4 - Na sua opinião, o que você acha dessas atividades dentro dos hospitais?
CC- Eu entendo que essa atividade tenha uma função essencial em quaisquer locais da sociedade, uma vez que é uma produção em alto nível de bons encontros humanos. Olhando para a sociedade e a comparando a um hospital, percebo que temos o grande desafio de compreender os nossos papéis constantes, em tempo integral mesmo, de cuidadores e pacientes. Transitamos entre essas duas posições o tempo todo, seja em casa, trabalho ou âmbito social. Desenvolver a capacidade de cuidar melhor para ampliar a chance de ser melhor cuidado é o grande desafio da humanidade. Para tanto, romper com a anestesia comportamental, ou ainda, com a indiferença paralisante, é condição básica. A atividade que fazemos nos hospitais, além de promover bons encontros no ato, naquele momento em que há tanta fragilidade e necessidade de acolhimento, também é capaz de gerar em todos os envolvidos (voluntários, pacientes, acompanhantes e profissionais) um aprendizado na arte dos bons encontros. Nossas esperança constante é que a atitude empática que adotamos nos hospitais reverberem também no dia-a-dia de quem a experimenta, "contaminando" todas as searas da vida. Fico muito motivado quando penso na possibilidade infinita de aprimoramento dos bons encontros. 


5 - Na sua opinião qual a importância do riso e da alegria para o paciente?
CC- O riso e a alegria são expressões naturalmente humanas. Penso que são necessidades básicas em termos fisiológicos, sociais e sentimentais. Quando nos privamos dela, atrofiamos estruturas essenciais de bem estar e também de cura. A ciência já comprovou isso em inúmeras pesquisas, e o nosso trabalho oferece provas constantes da importância do riso e alegria para as diversas saúdes do indivíduo. É impossível definir aritmeticamente o quanto pode contribuir com a cura, mas estou cada dia mais certo no poder dessas expressões humanas, tanto para a prevenção quanto para a resolução. Ou, numa situação limite, praticar o bom humor pode reduzir o sofrimento em um momento em que a medicina não pode oferecer mais nada ao paciente.  


6 - Todos os pacientes participam dessas atividades?
CC- O objetivo é visitar todos os pacientes, inclusive aqueles que estão inconscientes. Para estes últimos, nós deixamos mensagens, pois cremos que de alguma forma elas ajudarão. Claro que o atendimento a todos os pacientes em todas as visitas dos voluntários é quase impossível, pois há hospitais com muitas centenas de pacientes. Mas, em termos gerais, não há restrição absoluta. Até em quartos com isolamento nós entramos, muitas vezes com todo o paramento necessário para não haver risco de contaminação para nenhuma parte.


7 - Fale um pouco sobre o Canto Cidadão e suas expectativas para com os pacientes.
CC- O Canto Cidadão tem a expectativa de sensibilizar pessoas para a importância dos bons encontros, como eu já disse anteriormente. Junto aos pacientes, queremos oferecer visitas que deixem claro a existência de pessoas que se preocupam de verdade com a condição humana, e estão dispostos até a se vestir de palhaços (rs), atravessar a cidade e visitar um hospital público para se colocar à disposição de um desconhecido. É essa a natureza maior do que fazemos: bons encontros, empatia, solidariedade compartilhada, saúde na sua essência mais básica. Repito: não desejamos fazer show nos hospitais, mas sim fazer amigos. E que essa busca se torne uma constante na vida dos voluntários e de todos que cruzem o seu caminho.



Tudo começa por um ponto!!

O que faz de uma pessoa um Empreendedor Social?

  • Estou satisfeito com o mundo à minha volta?
  • Estou disposto a me esforçar para mudar essa realidade?
  • Tenho uma ideia de ação para promover esta mudança?
  • Quero compartilhar minhas ideias?
  • Sou capaz de formar uma rede de pessoas dispostas a acreditar no que acredito e dispostas a me ajudar a colocar meu sonho de pé?

Se você respondeu SIM a essas questões e ainda não é um empreendedor social, mãos a obra. O mundo precisa de você!



Fonte: http://www.movimentonatura.com.br/
.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dicas para um OASIS espetacular


.
Metodologia super simples, mas que muita gente falha na hora de implementar em projetos sociais... ;)

O Novo Código Civil e o Estatuto Social das ONGs

Trazemos a seguir um recorte sucinto das principais mudanças trazidas pelo Novo Código Civil, buscando possibilitar que cada organização identifique em seu estatuto o que precisa ser adequado.

Em janeiro de 2003, entrou em vigor o Novo Código, com mudanças nas regras estatutárias das associações, na constituição de fundações, e o prazo de um ano para as organizações se adaptarem. Esse prazo foi diversas vezes prorrogado por meio de medidas provisórias, visto que grande parte das organizações não havia feito as modificações necessárias.

Em junho de 2005, foi sancionada a Lei 11.127, que trouxe novas modificações ao Código Civil no que diz respeito às associações, em seus artigos 54, 57, 59, 60 e 2.031 (clique aqui e veja o que mudou). A lei estabelece, como novo prazo, janeiro de 2007, para as organizações se adaptarem às regras do Código.
As organizações que já haviam feito as adaptações ao Novo Código, antes de entrar em vigor a Lei 11.127, podem fazer novas mudanças se desejarem, mas isso não é necessário, porque as regras ficaram mais flexíveis.

Previsões estatutárias obrigatórias para as associações

Algumas disposições estatutárias, genéricas e obrigatórias, elencadas nos itens abaixo, já eram exigidas das associações, em razão da Lei de Registros Públicos; outras, como a indicação das fontes de recursos para sua manutenção, se tornaram obrigatórias com a nova lei. Desta forma, a associação deve verificar se seu estatuto dispõe sobre:

a) A denominação, os fins e a sede;
b) Os requisitos para admissão, demissão e exclusão de associados(as);
c) Direitos e deveres dos associados(as);
d) Fontes de recursos para sua manutenção;
e) O modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos;
f) As condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução da entidade;
g) A forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas;
h) Os critérios de eleição dos(as) administradores(as).
i) Modo de representação ativa, passiva, judicial e extrajudicialmente;
j) Se os membros respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações sociais;
k) Destino do patrimônio em caso de dissolução;
l) Forma e quórum para convocação da assembléia geral.

É necessário observar, também, que algumas determinações legais passam a prevalecer sobre normas estatutárias que dispõem em contrário. O Estatuto Social, portanto, deve estar de acordo com as normas que seguem:

Assembléia Geral
  • Competência privativa da Assembléia Geral para: destituir os(as) administradores(as) e alterar o estatuto;
  • Para destituir os(as) administradores(as) e alterar o estatuto é exigida deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quórum será o estabelecido no estatuto.
Órgãos Deliberativos
  • O estatuto deve prever a forma de convocação dos órgãos deliberativos, garantido a 1/5 (um quinto) dos(as) associados(as) o direito de promovê-la.
Exclusão de associados(as)
  • Só é possível havendo justa causa, obedecido o disposto no estatuto, o qual deverá conter procedimento que assegure direito de defesa e de recurso.
  •  
Classificação das pessoas jurídicas
O Novo Código Civil define os cinco formatos de pessoas jurídicas privadas existentes no direito brasileiro: as associações e fundações (formatos jurídicos das ONGs), organizações religiosas, partidos políticos e as sociedades. As sociedades, caracterizadas pelos fins econômicos e partilha dos lucros entre os(as) sócios(as), podem assumir diversos formatos, como sociedades cooperativas, sociedades limitadas e sociedades anônimas.

Apesar de não haver previsão expressa no Novo Código, é mais adequado, para as associações sem fins lucrativos que se denominam estatutariamente como “sociedades civis”, o uso do termo “associação”. Como conseqüência, também se faz mais coerente o uso da expressão “associados(as)” no lugar de “sócios(as)”.

Definição de associações
Mesmo sem uma definição no Código Civil de 1916, outras leis identificam uma associação pela sua finalidade não lucrativa, que se define pela não distribuição de parcelas do patrimônio a associados(as) e dirigentes, com aplicação integral das receitas à realização do objeto social. O texto novo, que define associações como “união de pessoas para fins não econômicos” causou preocupação para as organizações com atividade econômica (comercialização de produtos ou serviços). No entanto, finalidade é diferente de atividade – uma associação pode exercer atividades econômicas de forma suplementar e não exclusiva. Assim, não econômico pode trazer, na prática, os mesmos efeitos legais da habitual expressão não lucrativo.

Para evitar problemas de interpretação, porém, recomendamos que o estatuto faça referência as duas expressões: “é uma associação civil de direito privado sem fins lucrativos ou econômicos”. Isto porque, apesar de o Novo Código trazer a expressão “não econômicos”, grande parte da legislação, como as normas tributárias, ainda fala em fins não lucrativos.

Limitação de constituição de novas fundações
O Novo Código restringe a constituição de novas fundações: somente para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. Embora a restrição possa ser considerada um retrocesso, as categorias são bastante amplas e imprecisas, de modo que uma interpretação extensiva do texto pode abranger outras finalidades não expressamente indicadas na lei. Por se tratar de uma restrição a constituição de novas fundações, não se faz necessária adaptação estatutária àquelas fundações já constituídas.

Alexandre Ciconello é advogado e coordenador da área jurídica e Marcela Moraes é advogada e assistente institucional da Abong – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais.

ANEXO
LEI 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

PARTE GERAL
LIVRO I – DAS PESSOAS
TÍTULO II – DAS PESSOAS JURÍDICAS
CAPÍTULO II – DAS ASSOCIAÇÕES
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V - o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, obedecido o disposto no estatuto; sendo este omisso, poderá também ocorrer se for reconhecida a existência de motivos graves, em deliberação fundamentada, pela maioria absoluta dos presentes à assembléia geral especialmente convocada para esse fim.
Parágrafo único. Da decisão do órgão que, de conformidade com o estatuto, decretar a exclusão, caberá sempre recurso à assembléia geral (Revogado pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral:
I - eleger os administradores;
II - destituir os administradores;
III - aprovar as contas;
IV - alterar o estatuto.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos II e IV é exigido o voto concorde de dois terços dos presentes à assembléia especialmente convocada para esse fim, não podendo ela deliberar, em primeira convocação, sem a maioria absoluta dos associados, ou com menos de um terço nas convocações seguintes.

Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral: (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 60. A convocação da assembléia geral far-se-á na forma do estatuto, garantido a um quinto dos associados o direito de promovê-la.
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.


Fonte: ABONG

domingo, 24 de abril de 2011

Exemplo de vida!

Se não for hoje, um dia será.
Caio Fernando Abreu

Centro de Voluntários

Um Centro de Voluntários não duplica o trabalho das múltiplas instituições de voluntariado e sua competência é insubstituível na abordagem de temáticas específicas. Ele dialoga e colabora com os programas já existentes bem como estimula e apóia o surgimento de novas iniciativas para que, em cada cidade, haja cada vez mais e melhores ações voluntárias.

A atuação dos Centros de Voluntários se dá sempre em relação a um determinado espaço ou área geográfica. A maior parte dos centros define como sua área de atuação a cidade em que está localizado. Entretanto, nada impede que um centro se proponha a promover e fortalecer o voluntariado na escala mais ampla de um estado ou região ou, no caso de grandes metrópoles, na escala mais reduzida de um conjunto de bairros. Esta decisão cabe a cada centro.

O que faz um centro de voluntários:
- cria elos entre os que desejam doar seu tempo, trabalho e talento e as pessoas e instituições que necessitam de apoio e ajuda;
- identifica oportunidades criativas de participação solidária;
ajuda programas e instituições a aperfeiçoar a mobilização e gerenciamento de voluntários;
- estimula a realização de ações voluntárias que respondam a demandas sociais não atendidas;
- oferece oportunidades de intercâmbio de experiências para voluntários e instituições;
- identifica, valoriza e divulga experiências exemplares de trabalho voluntário;
- contribui para a consolidação de uma cultura do voluntariado como expressão de uma ética da solidariedade e responsabilidade


Fonte: http://portaldovoluntario.org.br/
.

sábado, 23 de abril de 2011

COMUNITARISMO

Quantos litros de água você consome por dia?

Não sei você, mas eu nunca fiz esta conta. Agora, descobri que não é pouco.  Não mesmo. No próximo 22 de março, ou terça-feira que vem, é o Dia Mundial da Água. Para que a data não passe em branco, uma exposição de fotos no metrô Sé, de São Paulo, vai chamar a atenção dos passageiros sobre seus hábitos de consumo.

Segundo estimativas, cada pessoa consome, por dia, cerca de 5 mil litros de água. No ano, é o equivalente à metade de uma piscina olímpica. A agricultura é o maior consumidor de água doce do mundo. São gastos cerca de 21 mil litros de água para se produzir 1 kg de café torrado. Uma simples xícara de café (7 gramas do grão) consome 124 litros. E três lâmpadas acesas durante uma hora consomem 48 mil litros de água.

A exposição não traz retratos necessariamente da água. São imagens do nosso cotidiano – e de tudo que, implicitamente, usa água para existir ou acontecer. As fotos fazem parte do livro Hydros IV – Cotidiano, da Mexichem Brasil (dona da marca Amanco), e foi produzido pela Satori Editorial.
A publicação vai ser lançada no mundo inteiro, em três línguas (português, inglês e espanhol). Fotógrafos de diversos países da América Latina contribuíram para o livro. A partir de 4 de abril, a exposição de fotos vai para o Conjunto Nacional, na avenida Paulista.

O desafio das imagens é mostrar, em “primeira pessoa”, a relação diária com a água. “A fotografia evidencia momentos de ligação com a água, dos quais não somos necessariamente conscientes e, por isso, deixamos de entender o impacto das nossas ações”, diz Yazmín Trejos, gerente de Comunicação Corporativa da Mexichem Brasil e coordenadora editorial da publicação.

O Hydros IV é parte de uma série de livros fotográficos concebidos como um canal de sensibilização. Nas edições anteriores, a série mostra: 1) a água como um elemento vital. 2) Um chamado para que todos se transformem em agentes renovadores. 3) E os desafios mais urgentes enfrentados pelo setor de saneamento.

Algumas das fotos da exposição:


Por ano, você consome aproximadamente a metade de uma piscina olímpica

Só pra começar o dia, numa chuveirada de 10 minutos, você consome 100 litros de água


4 litros para escovar os dentes


5 litros para lavar as mãos

São gastos cerca de 21 mil litros de água para se produzir 1 kg de café torrado

E já na sua primeira xícara, você gasta 7 gramas desse café, o que representa 140 litros de água

E o seu omelete com 4 ovos consumiu 800 litros de água

Sem falar no resto do dia…

Fotos: Heloísa Bortz, Animaux Corp., Kiko Coelho, Sergio Rodríguez, Adela Marin, Sussy Vargas

(Aline Ribeiro)

Fonte: http://colunas.epoca.globo.com/planeta/

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Movimento Natura - Lições Transformadoras: Rodrigo Alonso




Rodrigo Rubido Alonso é Co-Fundador do Instituto Elos, situado em Santos/SP. O Instituto possui o objetivo de empoderamento comunitário formação de jovens, para que esses ajudem a estimular a participação por parte das comunidades das quais fazem parte.
No episódio final de suas "Lições Transformadoras", Rodrigo fala sobre a forma como se inserem nas comunidades e reconhecem as abundâncias presentes nas mesmas, tanto materiais quanto humanas. Para saber mais sobre o Instituto Elos acesse o site: http://www.institutoelos.org/

"O sentido do trabalho é celebrar e ser feliz"
.

Filantropia de uma forma estruturada e estratégica

O fundador do Instituto Azzi, Marcos Flavio Azzi, explica na entrevista como pessoas físicas de alto poder aquisitivo podem fazer filantropia de uma forma estruturada e estratégica. A entidade funciona como a ponte entre o investidor social e a organização apoiada e realiza diligências para medir a qualidade da gestão, a solidez, a transparência e o potencial de impacto dos projetos. Também monitora o investimento realizado, com prestação de contas e mensuração do impacto gerado.

Somente em dois anos de funcionamento, o instituto conta com uma rede de doadores formada por 20 investidores, que aplicam cerca de R$ 50 mil por ano no setor social. Por meio das atividades realizadas pelo instituto, 40 ONGs da Grande São Paulo e do litoral paulista já foram beneficiadas e a meta é expandir as atividades para outras cidades brasileiras.

“A gente tem muito interesse em expandir nossas atividades. Qualquer lugar que tenha pessoas de alto poder aquisitivo, bem intencionadas e boas práticas sociais, é possível ter um trabalho como esse”, pontua Marco Azzi. Ele também destaca como o instituto atua e avalia o movimento de filantropia no país. Segundo Azzi, o setor tem mudado num ritmo acelerado e o conceito de doação a fundo perdido está com os dias contados. Acompanhe.

1) Responsabilidade Social - Se a cultura da filantropia vai florescer de verdade no Brasil, me aparece que vocês estão plantando uma boa semente. Como você teve a ideia de fundar um instituto que tivesse esse objetivo?
Marcos Flavio Azzi
– Em 1995 comecei a atuar na área comercial, em uma pequena corretora no centro de São Paulo, chamada Hedging-Griffo. Isso foi no início do Plano Real e a empresa buscava montar uma administradora de recursos e atuar em fundos multimercados e não apenas em fundo de renda fixa para proteger os investidores de uma hiper inflação mensal que o Brasil tinha na época. Esse discurso só teve eco em pessoas físicas de alto poder aquisitivo e que separavam uma parcela para investir nesse tipo de mercado. Fiz esse trabalho por 15 anos, fazendo hora comercial e conversando com investidores.
Em 2002, já como sócio da empresa que apresentava resultados expressivos, comecei a separar 3% do meu patrimônio para ser a verba de filantropia para o ano seguinte. Também nessa época comecei a reformar casas populares, um projeto de algo em torno de R$ 2 mil por moradia. Os beneficiados devolviam R$ 600 em dez parcelas de R$ 60. Mas esse valor não voltava para mim, ia para a associação de moradores, para garantir a subsistência da própria comunidade atendida.
Dessa forma, quando conversava com os investidores sobre fundos de investimento, também comentava sobre a diária social e a reforma das casas. Lembro que muitos deles me perguntavam: “Mas, se chega um bom projeto de idoso. O que você faz?”. Eu respondia: “Falo que não vou investir porque meu foco é a reforma de casa popular”. E isso gerava uma série de questionamentos sobre a própria atuação social dessas pessoas.
Eu percebi que o investimento de pessoas físicas feito na área social era muito fragmentado. Doa-se pouco recurso para muitas organizações; não há uma causa definida; e muitas vezes é um movimento, que eu diria, oportunista. Dessa forma surgiu a ideia de montar um instituto para organizar essa rede de doação, para que as pessoas pudessem investir melhor no social, e do outro lado, que conseguisse encontrar, claramente, qual é o foco de atuação desse investidor. De um lado, a gente tem uma boa prática de atuação dentro do foco escolhido e, do outro, boas organizações sociais capazes de entregar aquilo que o investidor espera.

2) RS - Quais as causas que os doadores mais procuram o instituto para apoiar?
MA
– A primeira é educação e de uma maneira bem ampla, com investimentos em educação regular e complementar, reforma de escola, doação de acervo para montagem de biblioteca, criação de brinquedoteca, entre outros. Em segundo eu indicaria projetos focados em crianças e adolescentes.
Agora está em andamento no instituto uma iniciativa voltada para maus tratos contra os animais. Uma vantagem da instituição é poder atuar em qualquer causa que a pessoa queira. Não há uma relação de boas práticas que a entidade ofereça. O instituto escuta as sugestões dos investidores e vai a campo buscar esses projetos.

3) RS - Como o instituto seleciona os projetos e quantas organizações vocês já apoiam?
MA
- Já temos quase 40 ONGs cadastradas. O processo começa após a reunião inicial com o investidor para descobrir qual é o foco em que ele deseja atuar. Com base nisso, fazemos contato com um grupo de pessoas que chamamos de ‘aliados sociais’. O grupo, composto por cerca de 80 pessoas de diversos setores, como institutos de empresas, organizações sociais, em comunidades, consultores, vai nos apoiar na busca pelos projetos, e não na seleção.
Finalizada essa fase, entramos em contato com as entidades indicadas e solicitamos o preenchimento de um formulário que contempla, mais ou menos, 60 questões com quatro frentes: atualidade e gestão; potencial de impacto; solidez e transparência. Tudo isso é ponderado no instituto. Temos uma metodologia para classificá-las e apenas aquelas que tiverem uma nota superior a sete podem continuar no processo.
Caso a instituição passe nesse primeiro crivo, nós a visitamos para comprovar se o que ela informou é coerente com a prática. Em seguida pedimos um projeto detalhado com informações como princípio, meio e fim da iniciativa, expectativa de resultado claro e mensurável, cronograma de desembolso, e prestação de conta.
Dessa forma, reunimos todas as informações necessárias, como qual é a ONG, qual é o projeto em questão e levamos para o investidor, para que ele possa analisar se é aquilo o que ele espera. Depois disso, assina-se um contrato entre as três partes (investidor, instituto e a organização), com os direitos e deveres de cada uma. Só aí tem início o projeto.

4) RS - Como vocês procuram investidores sociais? Quem é o perfil do investidor social ideal?
MA
– Nossos investidores são, principalmente, pessoas físicas, com poder aquisitivo um pouco mais elevado e que já tenha algum patrimônio. O investidor precisa estar disposto a dispor de uma porcentagem – seja de 1% - e que formará o montante de R$ 50 mil por ano, no mínimo. Para buscá-los, nós fazemos reuniões para apresentar o instituto. Há também indicação dos nossos investidores e a nossa base de contatos pessoais.

5) RS -Vocês exigem alguma periodicidade nas doações?
MA
– Não, mas o investidor tem que se comprometer até a conclusão do projeto. Tem projeto que dura um dia, por exemplo, a compra de dez cadeiras de rodas. É aquisição, a entrega, e acabou o projeto. E eu tenho uma iniciativa que é o reforço da gestão de uma organização social. Pode ser que esse projeto demore três anos. Então, está muito vinculado ao projeto. A partir do momento que o projeto é concluído, que se discute a continuação no próximo período.
Nunca procuro o investidor social com o projeto debaixo do braço. E sempre vai ser assim, porque o que a gente acredita é que só encontrando claramente o foco que está dentro do investidor, que ele se torna, de fato, um investidor social de longo prazo. E esse investidor envolve a mulher, envolve os filhos nessa ação. Ele pode, inclusive, brigar por essa causa numa festa, por exemplo. É diferente quando a gente consegue isso.

6) RS - Como vocês monitoram os projetos em andamento? A organização apoiada tem que enviar ao instituto relatórios financeiros e de atividades com uma periodicidade pré-estabelecida? Existe alguma ONG que não tenha recursos para fazer esses relatórios?
MA
– Sim. As organizações apresentam os relatórios e até hoje todas as entidades que têm projetos em andamento no Instituto Azzi não apresentaram dificuldades no preenchimento do documento. Logo no início elas são orientadas por uma equipe do instituto para preencherem de forma correta os relatórios. As instituições aprendem a prestar conta de uma maneira clara e transparente.

7) RS - Hoje o instituto atua apenas na Grande São Paulo e no litoral paulista. Você tem planos para uma atuação nacional, ou já conversou com algum parceiro para replicar a experiência em outro Estado?
MA
- A gente tem muito interesse em expandir nossas atividades. Qualquer lugar que tenha pessoas de alto poder aquisitivo, bem intencionadas e boas práticas sociais, é possível ter um trabalho como esse. Temos muito interesse em começar a estudar o Rio de Janeiro para o próximo ano. Eu acho o Rio uma cidade fantástica, com um capital humano maravilhoso, tanto de pessoas físicas de alto poder aquisitivo, quanto de excelentes práticas sociais, e que demanda uma ponte entre esses dois “mundos”.
Não só no Rio de Janeiro, como em Salvador, onde a gente tem um carinho muito forte pela cidade. Lá tem uma ponte clara para ser feita, além de Brasília, Curitiba, entre outras. No Brasil há um mercado muito interessante para organizações que tenham essa capacidade de unir as duas partes, que ainda estão muito distantes. É um trabalho não só para o Instituto Azzi.

8) RS - Qual é a meta de curto prazo do instituto, em termos de doadores?
MA
- A nossa meta para esse ano é conquistar 15 novos investidores, além de manter a nossa base atual. Para isso, a gente espera visitar 80 novos prováveis investidores para que, desses 80, haja uma conversão de 20%, que resultaria nesses 15 ou 16 doadores. O resultado apresentados até agora são muito bons. Estamos à frente da meta para esse último trimestre que passou.

9) RS - Como você está vendo a evolução da ideia de filantropia no Brasil, com as pessoas que você conversa?
MA
- Acho que está evoluindo mais rápido do que eu, inclusive, imaginava e vale lembrar que estou nessa área há oito anos. Eu vejo que o conceito de doação a fundo perdido, sem saber o que está sendo feito com o dinheiro, apenas pela boa intenção de doar, está acabando e rápido. E muitas organizações sociais não se depararam com esse problema ainda.
Na minha avaliação, esse setor está se profissionalizando cada vez mais depressa. Eu tenho ficado muito bem impressionado quando vejo executivos de empresas saindo para se tornar executivos de organizações sociais, um movimento que não existia há cinco anos. Além disso, tenho visto demanda de faculdades para que tenha aulas sobre terceiro setor e de boas práticas sociais porque os próprios alunos têm solicitado.
Eu fico muito bem impressionado quando vejo alunos recém-saídos da faculdade, de Administração, por exemplo, interessados em iniciar uma carreira no terceiro setor, seja em microcrédito, inclusão digital, ou outras coisas desse tipo. Na minha época, há quinze anos, isso não acontecia. Era caridade pura e as organizações sociais eram caritativas. Hoje não. Mudou muito. Então, eu vejo com muito bons olhos. Eu acho que a gente vai ter uma onda de evolução.

10) RS – O que o senhor entende por responsabilidade social?
MA
- Ser capaz de ter uma visão ampla do mundo ao redor, do mundo próximo no círculo familiar, no dentro de casa, no entorno, e na sociedade como um todo. Reconhecer que o que nos cerca, pessoas e demais seres vivos, precisam ser cuidados, ter carinho. Ter sensibilidade ao se defrontar com as inúmeras situações que nos deparamos da hora que levantamos até a hora que nos deitamos para encerrar o dia.


Fonte: http://www.responsabilidadesocial.com/index.php

Dave Matthews - Everyday

 
"Tudo que você precisa é
Tudo que quer é
Tudo que precisa é amor.
Tudo que você precisa é
O que você quer é
Tudo que precisa é amor.
Todos os dias
Todos os dias"
.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Girassol da Alegria


"É um grupo de voluntários de Cuiabá-MT que tem como objetivo estimular as pessoas a levar alegria para crianças e adultos em 5 instituições.

É dividido em cinco grupos: Amarelo, azul, branco, verde e vermelho.

O Girassol faz visitas a essas entidades a cada quinze dias, promovendo momentos de descontração, resgatando a alegria de viver e conseqüentemente diminuindo a tristeza e a apatia causadas pela distância dos parentes e amigos.

Levamos os sentimentos de força e esperança através de brincadeiras, artes, músicas, dinâmicas, teatro, jogos, fantoches, histórias em um ambiente agradável e alegre.

O Girassol da Alegria visa:
- Mobilizar as pessoas para o trabalho voluntário;
- Levar alegria a crianças e pessoas doentes através de várias atividades recreativas;
- Despertar nos jovens a sensibilidade e o respeito perante o sofrimento do próximo.

O Girassol da Alegria é uma caixinha cheia de sentimentos contagiosos: Alegria, Paz, Felicidade, Doação, Carinho, Esperança, Amor, Partilha."


Fonte: http://www.girassoldaalegria.blogspot.com/

Código Florestal em perigo

Assine o manifesto http://www.avaaz.org/po/peticao_codigo_florestal/?sos e diga não às alterações no Código Florestal Brasileiro.

Precisamos de 200 mil assinaturas em nossa petição. Ela ajudará evitar que substitutivo ao projeto de lei n° 1876/99 - que prevê mudanças no Código Florestal seja aprovado. A votação está prevista para breve no Congresso Nacional.

Veja no vídeo como essas alterações poderão reduzir drasticamente as áreas naturais protegidas de nosso país, prejudicando o meio ambiente e a sociedade civil.

Você tem papel decisivo para que possamos proteger nosso maior patrimônio.

Assine e divulgue nas redes sociais. Juntos vamos impedir que o Brasil entre na contramão da história.

Saiba mais, acesse: http://www.sosflorestas.com.br


Negócios sociais: uma alternativa para a juventude

Raiana Ribeiro
raianaribeiro@aprendiz.org.br


Já pensou em trabalhar fazendo o que gosta, ganhando por isso e ainda ajudando quem precisa?
Reunir esses três elementos parece quase impossível quando nos deparamos com a voracidade do mercado de trabalho, a impossibilidade de se sustentar através do voluntariado e, sobretudo, a dificuldade em encontrar espaço para realizar atividades que realmente nos dão prazer. Agora, imagine tudo isso sendo encarado como solução e não problema.

É o que estão fazendo alguns empreendedores no Brasil e no mundo por meio dos chamados negócios sociais. Surgidas como uma nova modalidade no mundo dos negócios, essas experiências tentam juntar o melhor das práticas da iniciativa privada com o melhor do terceiro setor (que compreende as organizações sem fins lucrativos) para criar algo totalmente novo e inédito, que os especialistas passaram a denominar como Setor Dois e Meio.

Nina Valentini, diretora-executiva do Projeto 2,5 – uma organização que tem como objetivo mobilizar e inspirar empresários e jovens a criarem seus próprios modelos de negócios sociais – define que o foco desses empreendimentos é a redução da pobreza e da desigualdade social, utilizando para isso mecanismos de mercado. “Ou seja, são empresas focadas em crescer, que querem ter lucro, conseguem atrair investimento, mas que – necessariamente – prestam um serviço ou vendem um produto que gera impacto social”, afirma a administradora.

O número de negócios sociais tem crescido no Brasil e o que se percebe é que grande parte dessas empresas ainda está experimentando formas novas de se relacionar com produtores, clientes, investidores e funcionários. “Eu acredito que está surgindo algo realmente novo, até em termos de modelo financeiro, formas de você mensurar o impacto social, de criar mecanismos de participação, enfim, formas de se relacionar com o mercado”.

Segundo Nina, o grande desafio ainda é o modelo de governança - que nada mais é do que a maneira como essas organizações funcionam. Para ela, “um negócio social não pode se comportar como Organização Não Governamental (ONG), nem totalmente como um negócio privado, mas ao mesmo tempo ele acaba oferecendo um serviço que está baseado em uma relação de confiança. Esse é o grande diferencial”.

Outra questão para os negócios sociais é o que fazer com os lucros. “A governança dos lucros depende de cada organização. Para ter autonomia é preciso ter retorno, poder crescer, atrair capital. Hoje, cada negócio tem a sua governança: tem empresa que só paga o que emprestou, tem empresa que distribui o lucro e tem empresa que investe 100%”, acrescenta ela.

Grameen Bank
O nome por trás desse movimento é o do economista bengalês Muhammad Yunus, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2006. Ele é o fundador do maior banco de micro-crédito do mundo, o Grameen Bank, localizado em Bangladesh, que tem como objetivo emprestar dinheiro a juros baixos para a população de baixa renda, estimulando a economia local e atuando como ferramenta de combate à pobreza.

O banco revolucionou as práticas bancárias tradicionais por ter criado um sistema baseado na confiança mútua, responsabilidade, participação e criatividade. Além disso, permitiu que as pessoas empreendessem seus próprios negócios, o que lhes conferiu autonomia e permitiu que se desenvolvessem de maneira independente.
Yunus se tornou o “padrinho” dessas formas híbridas de negócio e é leitura obrigatória para quem pretende começar um negócio social. Nas universidades e principalmente entre os jovens, suas ideias convergiram com o descontentamento de uma geração que foi criada vendo as desigualdades que o capitalismo não só não resolveu, como aprofundou.
Se agregarmos a esse sentimento a crise financeira que abateu a Europa e os Estados Unidos em 2008, e todos os alertas científicos em relação ao meio ambiente, chegaremos ao que Nina considera hoje como “uma questão de sobrevivência”. “A minha geração está muito frustrada. Não dá mais pra viver com esse nível de pobreza e destruição ambiental. É preciso mudar a lógica de funcionamento do mercado”.

Tekoha
Em outubro de 2006 nasceu a Tekoha - uma empresa preocupada em viabilizar a venda de produtos elaborados artesanalmente por comunidades espalhadas pelo país. Utilizando as concepções acerca do comércio justo, que pressupõem que todos os envolvidos na cadeia são beneficiados de maneira equitativa, a Tekoha se dedica a criar e fomentar uma grande rede de comercialização desses produtos.
De acordo com a sócia e diretora, Andressa Trivelli, a parte de capacitação das comunidades é realizada através de parcerias com ONGs, enquanto a Tekoha faz a mediação entre esses locais e os clientes. “As parcerias com organizações sociais são fundamentais para avaliar o impacto social que a comercialização do que é produzido por elas gera na vida das pessoas”.

Por outro lado, Andressa afirma que os clientes que procuram a empresa já vêm em busca de produtos sustentáveis. “Tudo isso exige um tratamento diferenciado. Há uma preocupação, por exemplo, com o pagamento devolvido à comunidade e, apesar de não estarmos nesse estágio hoje, acreditamos que o modelo de governança ideal será a distribuição dos lucros com todos os envolvidos no processo”.

                           

Juventude e movimento
As trajetórias pessoais de Nina Valentini, 23, e Andressa Trivelli, 26, são um bom exemplo do movimento que está ocorrendo para a conformação do Setor Dois e Meio. A primeira dedicou parte de sua carreira ao terceiro setor e, incomodada com a falta de perspectiva de crescimento e limitações do modelo, migrou para os negócios sociais. Já a segunda, com experiência no mundo corporativo, sentia falta de visualizar no seu trabalho uma forma de ajudar as pessoas.
Ambas se sentem realizadas com as atividades em negócios sociais. Nina tem desenvolvido no Projeto 2,5 novas possibilidades de crescimento, sem perder de vista a função social da empresa, enquanto Andressa finalmente encontrou um significado para o seu trabalho, colaborando na geração de renda nas comunidades.


Fonte: http://www.essencialparachegarla.com.br/