quarta-feira, 11 de maio de 2011

O que é ter uma conduta ética na ação social?

Para discutir o papel da ética na ação social vamos começar entendendo o que é ser ético. Diferentemente do que muita gente pensa, ética não é um conjunto de regras impostas pela sociedade a fim de determinar o que é certo e o que é errado. Ética é o conjunto de valores e princípios que você e cada um dos indivíduos usa para decidir como se portar em cada ocasião da sua vida.

Ou seja, ética é um código de conduta pessoal, determinado única e exclusivamente por cada pessoa. Claro, que para delimitar os padrões que fundamentam esse código pessoal, leva-se em conta a experiência e o aprendizado desenvolvidos coletivamente, a partir do contato com outros indivíduos. Afinal, para decidir se você deve fazer algo ou não, se você pode fazer algo ou não e, claro, se você quer fazer algo ou não, você necessariamente tem que levar em conta como isso pode afetar outras pessoas, que barreiras ou facilidades eles podem eventualmente criar para você, comparar a situação a outras semelhantes. Enfim, embora os parâmetros da sua ética sejam decididos só por você, você está inserido em um contexto social e isso influencia as suas decisões.

Portanto, todo mundo tem sua ética. Não faz sentido dizer (embora seja comum ouvir por aí) que alguém não tem ética. Quando se diz isso provavelmente o que se quer dizer é que certa pessoa demonstra ter padrões éticos diferentes do que se espera dela como cidadã, por exemplo, ou mesmo diferentes da ética da pessoa que a acusa.

"Não há agência certificadora para nosso caráter ético. Ele depende só de nós, de nossa consciência, com toda a insegurança que isso possa trazer – e quanto mais insegurança trouxer, melhor, porque mostrará que estamos mesmo em dúvida diante de nós e de nossa ação", explica Renato Janine Ribeiro, professor de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo.

E como a ética interfere na atuação de um empreendedor social?

Basicamente, a ética define como o empreendedor coloca em prática a sua ação social. E o rigor com que ele lida com as suas decisões garante que ele não abra mão da sua ética. Por exemplo, um empreendedor social que tem como princípio ético não se relacionar com determinada empresa, provavelmente não aceitaria recursos financeiros desta empresa para patrocinar seus projetos. Ou seja, isso não seria ético para ele. Mas talvez para outro empreendedor isso não configure um desvio ético, afinal, como falamos no começo, ética não é um conjunto de "certos" e "errados" que devem ser seguidos por um grupo.

É sim um posicionamento individual baseado fundamentalmente nas consequências que uma pessoa vê como possíveis ao se relacionar com outras pessoas.

Mas é importante lembrar sempre que a ética deve ser recíproca, ou seja, ao se autorizar a fazer algo, você também deve autorizar os outros indivíduos a fazer o mesmo. E esta é uma condição importante, porque, sem ela, a convivência não seria possível. Imagine, por exemplo, se a ética de uma pessoa permite que ela agrida violentamente todos aqueles que discordam das suas opiniões. Para aplicar esta "regra" ela teria que permitir ser igualmente violentada quando discordasse de alguma opinião. Como isso não é interessante para ninguém, cada um busca uma ética que contemple regras morais que permitam a convivência harmônica e pacífica.

O empreendedor social deve, portanto, questionar sempre que necessário a sua relação com a sociedade e definir de que forma pretende se relacionar com as pessoas que beneficia e o contexto social onde atua.

Seguindo com rigor os padrões criados nesta conversa com ele mesmo o empreendedor torna-se coerente com a sua ética e com a própria sociedade.

Para saber mais sobre o assunto clique no link abaixo!

Site do Professor Renato Janine Ribeiro http://www.renatojanine.pro.br/

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